De alguma estrada


Levadiças são as pupilas

que amortecem o chão da nossa raiz,

calcorreado entre dois tostões

sem brio no corpo,

uma angustia e o sol do meio dia



O levante saberá porque retarda a força

Quando o milho secar e o barro falir



Tudo padece no chamado da chuva

Da praga rouca na folhagem

E nas gentes da estrada em outro campo



A morte lenta roubou-se as paredes

As tranças rijas e o avental

Os pés gretados e a mente oca



Leves somos

Porque amputaram-nos os braços

O sonho faliu

 e a seca pariu



caminhamos a leste

na enxada e balaio

namorando o oceano



somos da terra onde o vento caiu.


MCTavarlos 
21 de Março 2017

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