Singularidade de um apátrida
Vilipendiava a
melanina armada em social diferença
Esmurrava de
punhos atados o vazio
Que lhe torpedava
a existência...
Entre o negro e o
alvo da tez
debatia o novo
espaço
Esse que da
origem fidedigna lhe roubara o regaço.
Quem lhe contaria
da sua pertença?
Em que naco de
terra se aconchegaria
Quanto saberia de
uma verdadeira crença?
Fez-se aborígene
de mundos
De nenhum tronco
amparado
Da inédita raça
um malogrado.
Castanho, amigo
do cobre desavindo do estanho
Sabia-se na terra
apenas um estranho
Confluência de
muitos
De encontros
fortuitos
De metrópoles e colónias
Era o rio das não
desenlaçadas historias
Tisnado numa
noite avessa a bondade
Não se quisera
claro numa enluada maldade
Renascia mas
nunca progredia
Despia-se pelo
raiar da bélica cobardia
Abraçava sem rumo
uma raiz que ate hoje desconhecia
Passado, passante
em eterno verdejante
Novas folhas sem
rasto de caules
Manadas sem
humano acompanhante
Continuava inglória
A vontade do
antigo navegante
MC Tavarlos
Cidade da Praia, 11
de Junho de 2014
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Quadro de Osvaldo Guayasamin http://en.wikipedia.org/wiki/Oswaldo_Guayasam%C3%ADn |
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