Destino
Há de vir o
tempo
em que pôr as pupilas a sombra
será angustia,
como seria
decidir
que as curvas do rosto
são como
linhas continuas da estrada.
Há de vir o
tempo
em que vamos
todos preferir gente de olhos puxados
denunciar os
excessivamente esbugalhados
e elogiar as
penugens brancas.
Seremos mártires
do que adiamos sentir agora
trapos para
os tolos,
livros
sagrados para bons crentes,
gente da fé
no homem que cumpre da vida
humanos da
lida arrastada pelo sentimento.
Há de vir o
dia de nenhum tormento
e do amor
bondoso na pele enrugada,
da calma
sentada…
Ouço o dia
antecipando a certeza:
de que ser
velho é ser vivente;
rico na
lembrança e na fome de novo;
presente de
todo o passado onde houve esperança;
Ouço e
lamento,
ter apenas
teu rosto em memória…
E assim
ainda penso:
Pudessem as
pupilas falar
Pediriam sol
para ti
E chuva para
a sombra rasurar.
MCTavarlos
Novembro
2016
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