Pobreza com M...mortificante!
Expatriados e excomungados da Pobreza que nos faz partir e
parir longe uma nova raiz. Um arbítrio de migrante que alguns transportam em
cordões de ouro e malas carregadas, e na ausência de dignidade na terra que nos
viu nascer…um reflexo do desconhecimento e da lei adulterada por longos anos de
ausência.
Ontem quis ter outro coração, uma voz amplificada e uma pochete recheada de indignação. Ter mais orgulho de ser e menos de me submeter.
Ontem quis ter outro coração, uma voz amplificada e uma pochete recheada de indignação. Ter mais orgulho de ser e menos de me submeter.
O vício de crescer e singrar longe do nosso centro de referência,
das famílias, dos amigos e dos pontos de uma memória sagrada e consagrada de
identidade, fazem muitos perder valor. Parece que nos encolhemos perante a dor
de não ter o respeito no lugar que alimentamos de longe, com o suor de trabalho
automatizado, de noites castigadas e dias fadigados.
Somos o retrato de uma sociedade cansada:
Filhos deseducados, atrelados a saia da avo, da tia ou da
vida madrasta.
A população de alcoolizados na fila do Western Union, dos
correios ou do próximo voo da estranja. Ou mesmo as jovens barrigudas a espera
do próximo bidon
Somos as casas fechadas a acumular viveiros de Egiptys e Anopheles.
Somos um chapa verde em alta velocidade, ou a viatura de alta
cilindarada a apodrecer na garagem.
As vezes somos o pão de todos, a referencia de sucesso, a vontade de ser melhor lá longe, de quem
ainda é pior cá dentro…
E ainda assim somos os desrespeitados da audácia, os donos do
tempo perdido de um sonho antigo ou de um tempo profano.
Somos o passaporte que nunca chega e a nacionalidade que roda
mas não muda…
Ora apátridas e expatriados esconjurados na partida. Outras os retornados do insucesso e da maledicência
de nascer no lado errado deste mundo.
Ass. MC E...releituras do quotidiano
Ass. MC E...releituras do quotidiano
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