Inimigas de A;co
Hoje ouvia a voz
do sofrimento
Desse lúgubre
desalento
De ter entre nos
a mortalidade tão fácil
Tinha uma forma
ogival
E rodava nas mãos
como que inofensiva.
Pensar que junto
ao instrumento certo deixa de ser apenas objecto
Fere mata
Mutila corpos
Afasta vidas
Contem centenas de
lágrimas esquecidas.
Falo dessa
invenção do homem que deveria proteger
Mas mais elimina
que defende
Falo dessa coisa
repulsiva que precisamos para afastar malfeitores
Mas que a eles
serve para aumentar horrores
Falo do sangue
que salpicou o passeio da minha rua
Das sujas e
pegajosas roupas de uma mãe aflita
Do corpo inerte
de uma criança destruída
do menino que perde a inocência e o melhor amigo
As mãos de um
brinquedo desconhecido.
Falo de ti que
fechas com morte a rixa de irmãos
Que disparas pelo
ar
Para em algum
cérebro te alojares
Mais uma vida
ceifares.
Ai esse ser
minúsculo que se junta ao portentoso
Que imbuído de
for;ca torna-se um bem odioso
Que pulula em
mãos erradas
Destrói normas
afixadas
Torna o mundo em
terra de ninguém
Arrasa sonhos mil
Corrompe almas
cem.
Ai pequena ogiva da repulsa
inventaram mil maneiras de te alojar
esqueceram quantos estilha;cos vais fazer soltar
Quantos calibres descalibrados
e homens desnorteados
queimados em segundos por te segurarem nas mãos?!
Quisera eu poder ver-te banida!
Utopias apenas
vou assim pedir que a ti te aumentem todas as penas
que não haja pena para quem a morte condena contigo na acção.
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