A(coitada)

Mutilada
em mil espaços do ser atravessada
cabeça ondulante
pensamento pujante
Na aura um colorido nada...
Pregou a queimada natureza
O brio do ser inconstante
Permaneceu anafada
Conspurcada de um odor flamejante.
Preso entre dentes  o chamado de alivio
Perdido no tempo entre a maldade do convívio.
Ataram-lhe os braços sem embaraço
Ceifaram-lhe a vida em delírio.
Perdeu o cantar
Viu no chão da casa sem telha  as janelas a fechar:
Queres tanto de encanto
Queres vida desabrida
Pedes aromas doces
Recantos de ontem.
Respondem-te agora
Na ultima hora:
Não queira ser
Nem fingir ter
Abra as antenas e abrace Pandora!
Sabe-lo bem
Ninguem decora
A alma de alguém
Que não sabe onde mora!

MCTavarlos

Praia, 7 de Maio 2014
Mulher Cinza - Ladjane Bandeira







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